A primeira notícia escrita, que se tem sobre Campo Grande, pode estar no relatório que o frei Mariano de Bagnaia, vigário visitador da região do Baixo Paraguai, encaminhou ao presidente da província de Mato Grosso, coronel José Maria de Alencastro, em 27 de agosto de 1882:
Depois de alguns dias de viagem comecei a encontrar várias famílias de laboriosos mineiros estabelecidos com gado e com lavoura. São todos pais de numerosas famílias, circunstância favorável para povoar o sertão. A 70 léguas na cabeceira do Anhandui achei um núcleo de população com algumas 20 casas, lhes provisionei a capela a Santo Antônio, lhes administrei os sacramentos, os animei e lhes fiz ver que devem pedir ao governo sesmaria das terras devolutas a fim de que possam ter seus títulos e pediram-me muito a minha intervenção para com V.E. a favor daqueles pobres pois que muitos de Santo Antônio de Minas querem se rendar para esse sertão. Eu asseguro a V. E. que facilitando sesmarias aos laboriosos mineiros, em tempo essas belas vastas, férteis campanhas serão um empório da riqueza pública e particular. Não se precisa nem de colônias, nem imigração estrangeira. O governo facilita sesmarias aos mineiros serão em pouco tempo povoado essa parte mais rica da Província. Boas e abundantes águas, clima o mais saudável, partes frescas, em fim toda terra é aproveitável. É uma pena ver esta vastidão desabitada.
A notícia do relatório do frei Mariano, liberada pelo autor em carta ao editor, foi publicada na edição de 2 de novembro de 1882, no jornal O Iniciador, de Corumbá:
FONTE: Frei Alfredo Sganzerla, A história do Frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMT-MCC, Campo Grande, 1992, página 416.
FOTO: Habitação rural de Campo Grande, no início do séc. XX. Acerco ARCA, Arquivo Histórico de Campo Grande
Comentários
Postar um comentário