Três assaltantes de motorista de praça são linchados em 6 de março de 1939. por populares em Campo Grande. O episódio teve repercussão nacional:
No dia 6 do corrente, nas proximidades de Campo Grande, foi assassinado o motorista Celestino Pereira de Alcântara, proprietário do carro 127.
Esse crime foi premeditado pelos seus autores Mário Garcia de Oliveira, Osvaldo Caetano e Sidney Prestes.
Cerca das 14 horas, um deles procurou na praça aquele motorista para corrida ao bairro Amambay. Ali chegados, subiram no carro os outros dois e exigiram de Celestino Garcia que prosseguisse viagem para Ponta Porã. Negando-se aquele de faze-lo, recebeu violenta pancada no crânio, que o prostrou sem sentidos. Os bandidos desarmaram-no e um deles tomou a direção do carro.
Duas léguas depois de Campo Grande, o motorista recuperou os sentidos e entrou em luta corporal com os facínoras, sendo nessa ocasião ferido mortalmente por eles e atirado, ainda agonizante, num mato próximo da "fazenda Saltinho". Prosseguiram viagem os assassino depois de terem arrancado a licença do carro.
Os demais motoristas de Campo Grande, sabendo que Celestino não fazia viagens para o interior e tendo conhecimento da corrida combinada, estranharam a demora do seu colega. Entrando em indagações vieram a saber por um motorista vindo de Ponta Porã que o carro 127 fora abastecido com meia lata de gasolina, não levava licença e era conduzido por um estranho, tendo dois outros como passageiros. Levado o fato ao conhecimento do capitão Felix Valois, delegado de polícia, este pôs-se incontinenti em ação para a descoberta do crime e prisão dos criminosos, rumando para Ponta Porã. Cerca de 25 léguas de Campo Grande, encontraram o carro 127 encalhado, estando Mário, Osvaldo e Sidney trabalhando para desencravá-lo. Dada a ordem de prisão, depois de curta resistência, entregaram-se.
De regresso a Campo Grande foi recolhido o cadáver de Celestino Garcia, com indício de que muito se debatera na agonia. O corpo está ainda quente, indicando morte recente. Os próprios assassinos auxiliaram a transportar o corpo.
Chegando a esta cidade, foram os três ocupantes do carro submetidos a interrogatório, confessando a autoria do crime.
Grande massa popular aguardava na delegacia a remessa dos bandidos para a cadeia pública. Quando o carro que os conduzia à esquina do Estádio da Sociedade Esportiva Campograndense, a multidão acrescida de número, fez parar o carro, arrebatou os três presos e trucidou-os ali mesmo, a pau.
Acabava de acontecer o primeiro linchamento que se tem notícia na história de Campo Grande.
FONTE: Diário de Notícias (RJ) 15 de março de 1939.
Relíquia histórica. E o PH não publicou isso. rsrs Com todo respeito ao seu precioso trabalho, nobre amigo.
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