Nasce em Timbaúba, estado de Pernambuco, em 16 de abril de 1884, Arlindo de Andrade Gomes. Filho de Manuel da Cunha Andrade Gomes e Maria Cavalcanti de Andrade, aprendeu a ler com a mãe em sua cidade natal. No Recife fez os preparatórios e ingressou na faculdade de direito. Para manter os estudos entrou no Diário de Pernambuco onde tornou-se comentarista político. Colou grau em ciências jurídicas em 5 de dezembro de 1907.
Imediatamente após a formatura decide mudar-se para Cuiabá, curiosamente, na primeira década do século passado, maior que São Paulo em número de habitantes: 35.987 contra 31.385 moradores. Na capital de Mato Grosso, Arlindo de Andrade lecionou Botânica no tradicional Liceu Cuiabano, tendo sido professor de Arnaldo Estevão de Figueredo, futuro prefeito de Campo Grande e governador do Estado.
Em 10 de junho de 1909 foi nomeado inspetor escolar de Cuiabá pelo presidente Pedro Celestino. Em outubro do mesmo ano é nomeado procurador fiscal da Delegacia do Tesouro Federal do Estado de Mato Grosso pelo presidente Nilo Peçanha. No ano seguinte aceita o convite do presidente do Estado, Pedro Celestino para ocupar a comarca de Nioaque no Sul de Mato Grosso, em vaga deixada por seu colega advogado Eduardo Olímpio Machado.
Em 1911 assume a recém criada comarca de Campo Grande, permanecendo no cargo por apenas 50 dias. Exerce a advocacia e funda em 1913 o semanário "O Estado de Mato Grosso," o primeiro jornal da cidade, cuja primeira edição circulou no dia 22 de junho.
Em 1919 lidera em Campo Grande a campanha de Rui Barbosa para a presidência da República contra Epitácio Pessoa o candidato oficial. Na defesa da bandeira oposicionista fundou o jornal "Rui Barbosa", que se editou durante a campanha, onde o baiano candidato foi derrotado pela terceira vez.
Ainda em 1919 participa da organização da biblioteca pública de Campo Grande, cuja pedra fundamental é lançada no dia 21 de abril na avenida Afonso Pena.
Em 1921 assume a intendência municipal de Campo Grande. Como prefeito construiu o grupo escolar (atual escola Joaquim Murtinho) na avenida Afonso Pena. No setor urbanístico, com sua paixão pelas plantas, arborizou as ruas e cuidou das praças e jardins e também de seu arruamento.
Importante: de sua própria chácara, na rua Marechal Rondon (hospital do Câncer) saíram, gratuitamente, mudas das árvores que hoje ornamentam a cidade. Os "ficus" das avenidas Mato Grosso e Afonso Pena, bem como os dois principais jequitibazeiros da praça dr. Ari foram plantados em sua gestão.
Em 1930 integrou a Aliança Liberal, responsável pela chegada de Getúlio Vargas ao poder e em 1932 rompeu com Getúlio e apoiou os paulistas, chegando a compor o secretariado do governo provisório de Mato Grosso, à frente Vespasiano Barbosa Martins.
Mudou-se para Campinas na década de 50 e faleceu em São Paulo, em 20 de agosto de 1975, aos 91 anos.
FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade primeiro juiz de direito de Campo Grande, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 1988.
Para conhecer outros fatos históricos do dia CLIQUE AQUI.
Comentários
Postar um comentário