Em sua primeira visita ao Brasil, João Paulo II inclui a capital de Mato Grosso do Sul em seu roteiro. O papa desembarcou as 19,28 de 16 de outubro de 1991, na Base Aérea, seguindo de papamóvel até a missão salesiana. Mais de 100 pessoas aplaudiram o chefe da igreja católica em sua chegada. Foi recebido pelo governador Pedro Pedrosssian e pelo prefeito Lúdio Coelho. Permaneceu poucos minutos na pista do aeroporto, tempo suficiente para dar bênção à imagem de Nossa Senhora de Loreto, padroeira da aviação.
Sua passagem pelo centro da cidade é acompanhada, com detalhes, pela imprensa:
A precária iluminação de avenida Afonso Pena, centro de Campo Grande, não impediu que milhares de pessoas saudassem a passagem do Papa João Paulo II a partir das 19h40 min de ontem. Famílias inteiras se colocaram ao longo da avenida com cadeiras, bancos, toalhas, lanches e sucos, algumas desde as 15h30min, transformando os canteiros em espaços de pique-nique. Apesar da grande emoção que tomou conta dos católicos mais fervorosos quando a comitiva papal foi avistada no asfalto, os momentos que antecederam a passagem foram marcados pelo pouco entusiasmo. A exceção foram grupos isolados, que tentaram ensaiar um ou outro canto de louvor, sempre com pequena resposta.
Ao longo da avenida, chamou a atenção a quase inexistência de grupos de romeiros vindos de outros estados; a platéia foi basicamente composta de pessoas que haviam há pouco encerrado o expediente de trabalho no centro da cidade, que resolveram retardar o retorno para casa ou de moradores de bairros mais próximos. Mas não faltaram católicos para exaltar a presença do Papa e demonstrar sua fé, como a dona-de-casa Porcina Califi, uma das moradoras do bairro Amambaí, que aos 81 anos queria realizar o sonho de ver o Santo Padre de perto.
Levando mais de 20 parentes e vizinhos a tiracolo, Porcina chegou na avenida Afonso Pena, perto da Bandeirantes, por volta das 17 horas, quase duas horas e meia antes do horário previsto para a passagem do papamóvel. Com a perna esquerda fraturada numa queda que sofreu recentemente, e movendo-se com dificuldades com ajuda de uma bengala, Porcina colocou sua cadeira a poucos metros da avenida, rezando a Deus, segundo ela, para que conseguisse ver o Papa. Por causa dos problemas de saúde e prevendo a multidão que tomará conta da área escolhida no bairro Santo Amaro, Porcina descartou a hipótese de poder assistir a missa campal hoje pela manhã. ‘Eu o vejo agora ou nunca’, definiu.
Quando o Papa passou, a uma velocidade estimada em 30 km por hora, vestido de branco, sorrindo e gesticulando para as pessoas na calçada, Porcina foi erguida da cadeira pelo seu filho mais velho, mas a aglomeração das pessoas prejudicou seu ponto de vista. ‘Não consegui vê-lo de frente; só de perfil. Mas foi suficiente’, disse ela momentos depois, ao mesmo tempo que fazia o sinal da cruz e um agradecimento interior: ‘É um dos dias mais felizes de minha vida’. Sua comadre, Dalila Bueno da Silva, não conseguiu esconder a emoção e chorou por alguns minutos. ‘É de alegria’, garantiu.
O ponto alto da visita do Papa a Campo Grande,entretanto, foi a missa campal celebrada no dia seguinte.
Sua passagem pelo centro da cidade é acompanhada, com detalhes, pela imprensa:
A precária iluminação de avenida Afonso Pena, centro de Campo Grande, não impediu que milhares de pessoas saudassem a passagem do Papa João Paulo II a partir das 19h40 min de ontem. Famílias inteiras se colocaram ao longo da avenida com cadeiras, bancos, toalhas, lanches e sucos, algumas desde as 15h30min, transformando os canteiros em espaços de pique-nique. Apesar da grande emoção que tomou conta dos católicos mais fervorosos quando a comitiva papal foi avistada no asfalto, os momentos que antecederam a passagem foram marcados pelo pouco entusiasmo. A exceção foram grupos isolados, que tentaram ensaiar um ou outro canto de louvor, sempre com pequena resposta.
Ao longo da avenida, chamou a atenção a quase inexistência de grupos de romeiros vindos de outros estados; a platéia foi basicamente composta de pessoas que haviam há pouco encerrado o expediente de trabalho no centro da cidade, que resolveram retardar o retorno para casa ou de moradores de bairros mais próximos. Mas não faltaram católicos para exaltar a presença do Papa e demonstrar sua fé, como a dona-de-casa Porcina Califi, uma das moradoras do bairro Amambaí, que aos 81 anos queria realizar o sonho de ver o Santo Padre de perto.
Levando mais de 20 parentes e vizinhos a tiracolo, Porcina chegou na avenida Afonso Pena, perto da Bandeirantes, por volta das 17 horas, quase duas horas e meia antes do horário previsto para a passagem do papamóvel. Com a perna esquerda fraturada numa queda que sofreu recentemente, e movendo-se com dificuldades com ajuda de uma bengala, Porcina colocou sua cadeira a poucos metros da avenida, rezando a Deus, segundo ela, para que conseguisse ver o Papa. Por causa dos problemas de saúde e prevendo a multidão que tomará conta da área escolhida no bairro Santo Amaro, Porcina descartou a hipótese de poder assistir a missa campal hoje pela manhã. ‘Eu o vejo agora ou nunca’, definiu.
Quando o Papa passou, a uma velocidade estimada em 30 km por hora, vestido de branco, sorrindo e gesticulando para as pessoas na calçada, Porcina foi erguida da cadeira pelo seu filho mais velho, mas a aglomeração das pessoas prejudicou seu ponto de vista. ‘Não consegui vê-lo de frente; só de perfil. Mas foi suficiente’, disse ela momentos depois, ao mesmo tempo que fazia o sinal da cruz e um agradecimento interior: ‘É um dos dias mais felizes de minha vida’. Sua comadre, Dalila Bueno da Silva, não conseguiu esconder a emoção e chorou por alguns minutos. ‘É de alegria’, garantiu.
O ponto alto da visita do Papa a Campo Grande,entretanto, foi a missa campal celebrada no dia seguinte.
FONTE: Correio do Estado, 17/10/1991
FOTO: Arquidiocese de Campo Grande
FOTO: Arquidiocese de Campo Grande
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