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Uma cidade de presente para o santo



Santo Antonio, padroeiro e "proprietário" de Campo Grande


É lavrada em Nioaque em 16 de outubro de 1886 escritura pública, onde Joaquim S. Ornelas e sua mulher Leopoldina Maria Inocente doam a Santo Antônio, padroeiro da vila, meia légua de matas na fazenda denominada Lageado, para implantação do povoado de Campo Grande. 

Lélia Rita de Figueiredo Ribeiro, a primeira a tratar deste assunto, explica:

Em 1886, Joaquim Silvério Ornellas, natural de Miranda, filho de Manoel José Ornellas, português e da índia Kaduwéo Nalice, proprietário de vastas terras na região sul de Mato Grosso, com cerca de 1.000.000 de hectares, constituídos pelas fazendas São João do Varadouro e Lajeado, cujas áreas contíguas abrangiam desde o município de Miranda até atingir a região do Anhanduí, hoje Campo Grande, tendo reconhecido em José Antônio Pereira a legitimidade de sua ação povoadora, vem, num rasgo de generosidade e de grande visão de futuro, realizar a doação a Santo Antônio, de meia légua de matas na fazenda denominada Lajeado, neste município, conforme certidão de transcrição a pedido do bispo da Diocese de Campo Grande, em 6-10-1983.


É do teor desta certidão do Cartório do 1º Ofício de Campo Grande, por seu oficial de registro, Antonio Leite Serra, que o tramitente da escritura de doação foi o sr. Joaquim Silvério Ornellas e sua mulher Leopoldina Maria Inocente, sendo adquirente, Santo Antônio.


Esta doação de Joaquim S. Ornellas e Leopoldina Maria Inocente que era cuiabana de nascimento, foi feita através de escritura pública lavrada no cartório de Nioaque em 16 de outubro de 1886, conforme se infere da mesma certidão, a requerimento do bispo de Campo Grande, dom Antonio Barbosa Guimarães.


FONTELélia Rita Figueiredo Ribeiro, Campo Grande, O Homem e a Terra, edição da autora, Campo Grande, sdCampo Grande, 246

FOTO: O Progresso, Dourados.

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