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Mostrando postagens de janeiro, 2019

Imposto municipal para os mascates

Feira livre de Campo Grande, atual mercadão. Ao fundo, Colégio Osvaldo Cruz Na sessão de 28 de janeiro de 1905, conforme descreve J. Barbosa Rodrigues, “o vereador Jerônimo José dos Santos, passando a presidência ao seu colega João Correa Leite, depois de longas considerações em torno dos prejuízos que causavam ao comércio local os inúmeros mascates que apareciam na vila,vindos principalmente do Estado de São Paulo, Minas Gerais e do Paraguai, envia à mesa um projeto nos seguintes termos: A Câmara Municipal da Vila de Campo Grande atendendo ao grande atraso e prejuízo ao comércio desta Vila causado pelas mascateações de mercadorias introduzidas de fora, que são vendidas por preços exorbitantes a câmbio de gado que são transportados para fora do Estado, cortando assim os meios circulantes por completo do Município e o único recurso com que os habitantes do mesmo poderiam solverem os seus compromissos.   Assim pois a mesma Câmara resolve desde já criar e por em execução o impo

A chegada dos franciscanos

Frei Eucário Schmitt Chegam a Campo Grande em 27 de janeiro de 1938, os primeiros padres  da Ordem de São Francisco. “Partiram, pois, de São Paulo – acompanha-os o historiador – no dia 25 de janeiro de 1938 os padres Frei Eucário Schimit e Frei Antonio Schwenger e o Irmão Frei Valfrido Stähle. Tiveram de enfrentar dois dias e duas noites de viagem de trem com poeira, fumaça, fagulhas e cinza. (...) Na manhã do dia 27 chegaram a Campo Grande. Foram recebidos no Colégio Dom Bosco dos Padres Salesianos, onde o Bispo de Corumbá, dom Vicente Priante, os esperava para acompanhá-los a Entre Rios.   Tinham ainda oito dias à disposição para se refazerem da longa viagem de trem”.   Sobre os primeiros dias em Campo Grande anotaram: Já aqui em Campo Grande notamos que o povo nunca viu um Franciscano. As pessoas na rua se postavam em nossa frente, abriam a boca e nos fitavam com os olhos arregalados, até que desaparecíamos na esquina. Quando entrávamos numa loja, num instante, ela ficava

O nascimento de Janio Quadros

Filho do farmacêutico Gabriel Quadros (gerente da Farmácia Royal, de propriedade do médico Vespasiano Barbosa Martins), nasce em Campo Grande, em 25 de janeiro de 1917, Jânio Quadros. Ainda na infância mudou-se da cidade. Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo, em 1939. Iniciou a carreira política em 1948, como vereador na capital paulista, pelo Partido Democrata Cristão. Em 1951 elege-se deputado estadual. Em março de 1953 vence a eleição para a prefeitura de São Paulo. Em 3 de outubro de 1954 é eleito governador paulista, na sucessão de Lucas Nogueira Garcez. Em 1959 elege-se deputado federal pelo Estado do Paraná. Em 3 de outubro de 1960 vence o general Teixeira Lott e sucede Juscelino Kubitschek na presidência da República, onde permanece apenas sete meses, renunciando, tendo como justificativa pressão de forças ocultas. Com direitos políticos suspensos pela ditadura militar, retornaria à vida pública em 1985, como prefeito de São Paulo, derrotando Fernando

A primeira reunião da câmara municipal

Eleito a 2 de novembro de 1902, após inexplicável intervalo de mais de dois anos, reune-se pela primeira vez o legislativo campograndense, tomando suas primeiras deliberações, a saber: fixação do subsídio do intendente, computado em 84$000 (oitenta e quatro mil réis) por mês; criação dos cargos de secretário, procurador, porteiro, fiscal, aferidor e dois agentes fiscais e aprovação de lei orçamentária, calculando a receita municipal em 9:595$000 (nove contos, quinhentos e noventa e cinco mil réis). O vereador Jerônimo José de Santana foi o seu primeiro presidente. Ele mais João Correa Leite, Manoel Ignácio de Souza, João Antunes da Silva e José Vieira Damas compunham a primeira legislatura da Câmara Municipal de Campo Grande. Era prefeito do município Manoel Inácio de Souza, o Manoel Taveira. Durante o tempo em que a câmara municipal permaneceu inativa a prefeitura funcionou nas casas do intendentes (prefeito) eleitos, Francisco Mestre e Manoel Taveira e não tinha funcionári

O fim do rego d'água

Por ordem do prefeito Antonio Norberto de Almeida (Totinho) é interrompido em 16 de janeiro de 1912, o serviço rudimentar de distribuição de água da vila de Campo Grande, através de um rego d'água. O sistema, muito utilizado na zona rural, e implantado na cidade no início de sua povoação, captava água de uma pequena queda cachoeira no riacho Prosa, atualmente localizada acima da rua Ceará entre as avenidas Afonso Pena e Ricardo Brandão. Por gravidade a água era levada, seguindo o traçado na atual rua 15 de novembro, paralelo ao Prosa, até desaguar no Segredo, atendendo chácaras e o perímetro urbano, no seu trajeto. O serviço, único de extensão coletiva, chegou a ser regulamentado na reforma do código de posturas, em 1906, através de dois artigos: Art. 31 - Todos que quiserem servir da água canalizada pelo rego existente serão obrigados a fazer pequenos regos até suas casas, tendo o cuidado de fazer bicas e tapar por cima quando atravessarem ruas e praças. Art. 32 - Ninguém p

Criada a associação dos pecuaristas

1933: primeira exposição, em frente ao Colégio Oswaldo Cruz, atual mercadão de Campo Grande É oficialmente criado em 15 de janeiro de 1931, o centro de criadores do Estado, origem da atual Acrissul, Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul. O  ato de fundação é descrito por Lélia Rita E. de Figueiredo Ribeiro: Em 1931, pecuaristas sul-mato-grossenses e outras pessoas gratas, acolhendo iniciativa idealizada por César Bachi de Araújo, reuniram-se na sede da Associação Comercial de Campo Grande, a fim de organizar um Centro de Criadores, para o fim de amparar a nossa principal indústria – Pecuária, conforme Ata de Fundação, lavrada na ocasião e assinada, entre outros, por Dolor Ferreira de Andrade, aclamado Presidente provisório, Antonio Bacha – Tesoureiro, Mário Carrato – secretário, e como convidado especial o Cel. Laudelino Flores Barcelos, os quais tomaram acento na mesa diretora. Para a elaboração dos estatutos foi escolhida uma comissão que ficou constituída pelos S

Câmara aprova cemitério Santo Antonio

Mausoléu de Amando de Oliveira no cemitério Santo Antonio É aprovado pela Câmara Municipal, em 12 de janeiro de 1914, projeto de autoria dos vereadores José Marcos da Fonseca e João Alves Pereira, autorizando o intendente geral a dispender até um conto de réis para a construção de um novo cemitério na vila de Campo Grande, visando desativar o atual da Boa Vista, margem direita do córrego Segredo (onde funcionam em 2019 as instalações centrais do Sesi) para um local mais distante. Seria a segunda mudança em menos de trinta anos.  O primeiro cemitério do povoado funcionou desde sua fundação (1875) até 1888 na praça central (praça Ari Coelho). A primeira notícia que se tem desta primitiva necrópole foi dada pelo cônego Bento Severiano da Luz, escriba da primeira visita clerical ao lugar na pessoa do bispo de Cuiabá, dom Luiz D'Amour, em  setembro de 1886: ...pequeno cemitério cercado de madeira, com a cruz grosseiramente talhada. Nessa mesma sessão da Câmara o vereado

A morte do fundador

Homenagem de Campo Grande ao seu fundador Aos 74 anos, morre José Antonio Pereira, o fundador de Campo Grande. Foi sepultado no cemitério, localizado no atual bairro Amambaí. Em seguida seus restos mortais foram trasladados para o cemitério Santo Antônio. Nascido em Barbacena, Minas Gerais, casou com Maria Carolina de Oliveira em São João Del-Rei e fixou residência no arraial de São Francisco das Chagas do Monte Alegre, em meados do século XIX. Em 4 de março de 1872 deixa Monte Alegre e na trilha dos soldados da guerra do Paraguai, alcança em 21 de junho o Campo Grande, descrito por Taunay, da comissão de Engenharia dos retirantes da Laguna, em seu retorno ao Rio de Janeiro. Na confluência dos córregos Prosa e Segredo, plantou a primeira roça, onde nasceria o povoado dos mineiros, Santo Antonio de Campo Grande.  FONTE : Eurípedes Barsanulfo Pereira,  História da fundação de Campo Grande,  edição do autor, Campo Grande, 2001.