Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de maio, 2019

A primeira maria fumaça

A locomotiva 44, primeiro trem do Pantanal, em Piraputanga, rumo a Campo Grande O povoado de Campo Grande liga-se por ferrovia a Aquidauana, Miranda e Porto Esparança, com a chegada da primeira maria fumaça ao povoado em 28 de maio de 1914. O jornal O Estado de Mato Grosso, do ex-juiz Arlindo de Andrade Gomes, dá a alvissareira notícia: O povo parecia haver cansado de esperá-lo todo mês, toda semana, todo dia. Mas, afinal, chegou. Uma locomotiva já desceu a encosta e acordou os habitantes a silvar. Outras tem vindo, alegremente, na faina cyclopica da grande obra nacional. Todo mundo alegrou-se neste bendito rincão brasileiro. Aos operários cobertos de poeira, misturam-se os habitantes da cidade. São gregos, italianos, japoneses, portugueses e brasileiros de toda casta. No local da futura estação, grupos de famílias, rapazes, velhos e crianças, irmanam-se como os homens que fazem o caminho do progresso. Para Paulo Coelho Machado, aquele 28 de maio é “só comparável a outro dia de

A comarca

Arlindo de Andrade, o primeiro juiz de Direito da comarca de Campo Grande Criada pela lei n. 549, de 20 de junho de 1910, é oficialmente instalada 12 de maio de 1911 a comarca de Campo Grande, fato marcado pela seguinte ata: “Aos doze dias do mês de Maio, de mil novecentos e onze no edifício da Intendência Geral do Município, às doze horas, presentes do Presidente da Câmara Municipal, Intendente Geral do Município, suplentes de Juiz de Direito do termo extinto de Paz em exercício, Delegado de Polícia, Comandante do Destacamento Federal e pessoas representativas das diversas classes do município, abaixo assinadas, tomou assento entre as autoridades presentes o Exmo. Sr. Dr. Arlindo de Andrade Gomes e declarou que, tendo sido removido da Comarca de Nioaque para esta recentemente criada pela Lei n. 549, de 20 de julho de 1910, e em virtude do Decreto n. 277, de 16 de março de 1911, declarava nesta audiência extraordinária instalada a Comarca de Campo Grande, transmitindo ao govern

Na tocaia

É assassinado em Campo Grande em 9 de maio de 1940, o médico e dentista, Oscar Alves de Souza, juiz de paz da cidade e ex-prefeito de Aquidauana. Entrevistado pelo Jornal do Comércio, Nero Moura, principal testemunha da ocorrência, prestou as seguintes informações: Após ter jantado com o Dr. Oscar Alves de Souza, na casa de residência deste, saí em companhia dele afim de irmos ambos, a pé, em demanda da casa de residência de nosso amigo comum sr. Messias de Carvalho Araújo, para o cumprimentarmos pelo seu aniversário que transcorria naquele dia. Conversando com o meu inditoso companheiro, seguíamos os dois pela rua João Pessoa (atual 14 de Julho), descuidadamente, quando ao defrontarmos o prédio de sobrado do sr. Alfredo Silva, sito nesta mesma rua João Pessoa, n° 1180, estando eu pelo lado de dentro do passeio, portanto do lado direito do dr. Oscar Alves de Souza, ouvimos alguém bem de perto, quase junto de nossas costas, pronunciar em tom interrogativo estas palavras: "DR. OS

Inauguração do Banespa

Assis Chateaubriand, convidado ilustre para a inauguração do banco paulista É festivamente inaugurado em 3 de maio de 1937, o Banco do Estado de São Paulo, na 14 de Julho esquina com a Afonso Pena, em Campo Grande. Presentes ao evento, vários diretores do banco e um convidado especial, o jornalista Assis Chateaubriand. Manuel Azambuja foi o seu primeiro gerente.¹ Presente à solenidade, o escritor Ulisses Serra, testemunhou o seguinte episódio: "Quando a pequena, mas grande turma, já estava naquele estado de euforia preconizado por Hemingway - que é a terceira dose de uísque - começou a exigir, em tom de algazarra:  FALA CHATEUABRIAND ! A mesa maior quebrou o protocolo e passou a apoiar a menor. Fala, Fala Chateuabrinad: O grande jornalista e homem do mundo, embora estivesse em recinto de cidade ainda sertaneja, não se arriscou ao improviso. Vendo sobre o balcão do bar uma bobina de papel de embrulho, cor-de-rosa, gritou ao garçon que o servia: -  Acuda-me, meu filho,

A visita do presidente Morinigo

De passagem para o Rio de Janeiro, onde foi recebido no dia 5 pelo presidente Getúlio Vargas, esteve em Campo Grande, em 3 de maio de 1943, o presidente da República do Paraguai, general Higino Morinigo. Seus passos, desde sua saída de Porto Esperança, no dia anterior até sua chegada à capital da República, são seguidos pelos enviados especiais e correspondentes da Agência Nacional, responsável pela divulgação de sua agenda no país. A estada do presidente paraguaio em Campo Grande teve o seguinte registro: Em Campo Grande o trem especial O trem presidencial deixou Porto Esperança, às 17 horas, chegando hoje às 8,40 a esta cidade. Em todo o trajeto - estações de Miranda, Taunay, Guia Lopes, Aquidauana, Camisão, Piraputanga, Laguna, Palmeiras, Cachoeirão, Murtinho, Pedro Celestino, Terenos, Jaraguá e Indubrasil - reconheceu-se o empenho das populações em distinguir e aplaudir o presidente Higino Morinigo. Recebidos por altas autoridades O presidente Higino Morinigo e sua comitiva fora